sábado, outubro 14, 2006

Vénus

Enquanto Vénus me fazia a pergunta mais banal deste mundo, fitando-me com uns olhos verdes que sorriam numa insinuação quase provocante, dei por mim a divagar nos seios redondos e firmes, que o decote do top vermelho, um pouco mais aberto que o normal evidenciava, erectos e apertados entre si. O sol incidia nos seus longos cabelos vermelhos de desejo ardente, que exalavam um aroma inconfundível de uma deusa acabada de sair do banho.
Não faço ideia de que assunto se tratava, limitei-me a acenar com a cabeça num gesto de concordância, enquanto me perdia com tanta beleza, fascinado pelo contraste entre a sua voz doce, rosto lindo e sorridente de perfeição angelical, e as suas curvas voluptuosas e estonteantes capazes de fazer estampar o homem mais casto e santo á face da terra, o resultado era de parar o coração.
Limitei-me a vê-la afastar-se com graciosidade invulgar, e um balancear perfeito de ancas, de uma mulher que sabe mais do que quer admitir, que pressente mais do que demonstra ao passar, que deseja muito mais do que quer fazer querer.
Vénus é poesia em movimento, é a tensão incontrolável do sexo implícito, é um relance da beleza do infinito alojado num mundo feio e reles.
Embora não demonstre qualquer conhecimento, ou sentimento de culpa, uma mulher destas não pode ser inocente.
RL