sábado, novembro 18, 2006

Ilusão


Já lá vai o tempo em que eu acreditava que eramos todos irmãos, se assim fosse, não nos comportavamos como meros autómatos pachorrentos, mesquinhos, e no fundo burros, por nem se quer nos esforçarmos por acreditar que se sorrirmos ao dizer bom dia, se virmos qualquer rosto como um velho amigo, a vida é bem mais simples, é tudo uma questão de percepção.
Com a percepção passámos a ser primos, cunhados e enteados. Mas isso nem é muito importante, já que tudo isto não passa de um sonho, a subjectividade da realidade dita concreta que é constantemente moldada pela percepção é prova disso.
Mas não sou de extremos, espero ainda ter muitos anos de vida, não quero pelo menos para já, chegar ao beco sem saída dos niilistas, gosto de ter as portas abertas, respirar o ar fresco de novas experiências e ideias, em vez de sufocar no mofo da negação e do dogma.
No entanto é preciso coragem para acreditar numa ilusão, que mais não passa de uma percepção.

RL

1 Comments:

Blogger Daniel said...

Como disse Fernando Pessoa, "o que vemos não é o que vemos, senão o que somos".

8:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home