sábado, novembro 18, 2006

Grito

Frida que se abre
quando a esperança parte
o médio prazo é o remédio
caso o tédio não me mate

Com tanto assédio
vindo da negatividade que nos rodeia
És tu poesia o antídoto
da minha cegueira

Escrevo pois foi para ti
que nasci da inquietação
sentida no turbilhão de stress
de tanta confusão

Á muito que o tempo
deixou o meu coração sem expressão
Também eu quero a perfeição
Também eu sonho com a evasão

Eu sei que os motivos
desta pressão são mais que muitos
Eu sei dos gritos
de exasperação que saem mudos

E sei que a cada mês que passa
perco a lucidez
que abraça tudo aquilo
que quero absorver com avidez

Vou com pressa sem ter tempo
para quem opina da escassez
Não me peças para viver
um só dia de cada vez

Eu sonho porque para o sonho
não basta fazer um pedido
Se eu divago mais do que tu
é porque talvez não estou perdido

Corro assim
em direcção ao que há de vir
quando parar de escrever
então voltarei a sorrir

RL