quarta-feira, junho 27, 2007

De partida

Estou de partida, o reencontro comigo, e com outras realidades, oportunidades, ilusões, derrotas e vitórias, é um compromisso que não posso adiar mais. Parto na ironia da minha existência, sem paradeiro, neste destino nómada sempre a caminho de outras paragens, e a minha completa alienação dos pontos cardeais.

RL

quarta-feira, junho 13, 2007

Olha-me nos olhos
Não és tão impenetrável assim
És emotiva de mais para seres imaculada
Sensível de mais para seres perfeita
O que são essas tuas emoções
Se não ondas que tomam formas gigantescas e logo se dissipam...
Deixa-me passar-lhes por cima
Tomar o teu corpo em troca da minha sede
Prometo que no segundo a seguir desapareço com o vento
Sem deixar rasto...
Tal como a aura luminosa que em ti me deslumbrou
Tal como as cartas que rasguei antes de te mandar

RL

sexta-feira, junho 08, 2007

Madrugada

Cheira a cachorros quentes, um frenesim de gritos de guerra, saltos altos, garrafas partidas, e agitação desfila perante todos os meus sentidos, euforia, ilusão. Deambulo por essas ruas onde se escondem coisas boas e más, nessa espécie de realidade paralela onde tudo é em excesso, coexiste e se mistura.
Desde as pitas histéricas ás senhoras com tusa, desde o estatuto com a mínima exigência de certa gerência, aos comas à porta em poças de vómito, tudo isso é necessário. Embrenho-me por uma multidão de seres alienados em busca do próximo estímulo, invadidos por entidades que parasitam no álcool.
No meio de conversas, insultos, e gargalhadas demoníacas, sinto por momentos, curiosidade em algo que me salta à vista.
Envolto na fumaça, que preenche o ar viciado de um qualquer estabelecimento com música de merda, e promiscuidade, sinto-me em casa... bebo mais... tenho os olhos vermelhos... rendo-me mais uma vez aos pensamentos que aceito, e com os quais convivo bem, pensamentos que me enviam directo para o inferno.

RL