sexta-feira, junho 08, 2007

Madrugada

Cheira a cachorros quentes, um frenesim de gritos de guerra, saltos altos, garrafas partidas, e agitação desfila perante todos os meus sentidos, euforia, ilusão. Deambulo por essas ruas onde se escondem coisas boas e más, nessa espécie de realidade paralela onde tudo é em excesso, coexiste e se mistura.
Desde as pitas histéricas ás senhoras com tusa, desde o estatuto com a mínima exigência de certa gerência, aos comas à porta em poças de vómito, tudo isso é necessário. Embrenho-me por uma multidão de seres alienados em busca do próximo estímulo, invadidos por entidades que parasitam no álcool.
No meio de conversas, insultos, e gargalhadas demoníacas, sinto por momentos, curiosidade em algo que me salta à vista.
Envolto na fumaça, que preenche o ar viciado de um qualquer estabelecimento com música de merda, e promiscuidade, sinto-me em casa... bebo mais... tenho os olhos vermelhos... rendo-me mais uma vez aos pensamentos que aceito, e com os quais convivo bem, pensamentos que me enviam directo para o inferno.

RL